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DE QUALQUER LUGAR EU SOU...
Poema de Antonio Miranda
Cada região tem a sua geografia
e também a sua infinita fantasia.
Na Amazônia, “Um arco-íris
crescendo cor no capim”
— “um milagre longe e esguio
na claridão da manhã” garante
Thiago de Mello “dourado dentro do
sol”.
No Centro-Oeste, o Pantanal
é um oásis de lugares e dizeres,
nada mal: “bem desigual
Como afirmou Manoel de Barros
todos “abrigados pelas palavras”!
— “todos a linguagem da primavera”.
Quem me dera! Vou para lá!
No Nordeste, tergiverso, eu me
refugio
no Maranhão de minha infância infinita
com Gonçalves Dias: “minha terra
tem palmeiras, terra de primores,
que não encontro por dá”
“Não permita Deus que eu morra
de saudade”, sem ser um sabiá...
No Sudeste, onde vivi e cresci,
nos tempos de Tom Jobim e Vinicius
— “de tarde anoitecia, de noite ardia”...
Pura fantasia: Carnaval, carnal, e
praia
“Aonde havia espaço” — o tempo era
“quando!”!
Afinal, bem no final, do Sul, imigrante
— intrigante! — é bem diferente!!!
Mário Quintana, infinito, para quem
“O poema é uma garrafa de náufragao
jogada no mar”, salve-se quem puder!
Por favor, Deixa-me ser o que sou,
e me refaço sozinho!!!
Sou brasileiro em qualquer região!
17.07.2022
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